Os Jogos Olímpicos da Cidade do México
Por João Vitor Pascoal
A ebulição política
e cultural que o mundo vivia em 1968 não deixou de envolver os Jogos Olímpicos da Cidade do México. No
país, há dez dias do início dos jogos, ocorreu o que ficou conhecido como o “ Massacre de Tlateloco”. Tanques, metralhadoras e atiradores de elite
cercaram a Praça das Três Culturas, em Tlatelolco, e abriram fogo contra a
multidão, em sua maioria composta por estudantes, que discordavam da realização
da Olímpíadas durante o momento conturbado vivido pelo México. O resultado foi mais de 300 pessoas covardemente
assassinadas, alguns falam em mais de mil mortos, centenas foram espancados e
foi imposto o terror contra os que ousavam protestar em meio aos Jogos
Olímpicos.
Mesmo assim, os
Jogos Olímpicos aconteceram, e são lembrados pela que talvez é a imagem mais
famosa da história das Olimpíadas. No pódio dos 200 metros rasos, os corredores
norte-americanos Tommie Smith, vencedor da prova, e John Carlos, terceiro
colocado, ergueram um dos braços com o punho fechado e a mão coberta por uma
luva negra, posição da saudação “Black power”, do Partido Revolucionário Negro
dos EUA, os Panteras Negras.
Os Black Panthers eram uma organização política e social
dos EUA, que lutava contra a discriminação com os negros. O movimento durou
cerca de 10 anos e conseguiu chamar a atenção mundial, especialmente depois do
evento de 1968. Os dois corredores, tomaram para si a tarefa de expressar a luta anti-racista para os
milhões que assistiam aos jogos mundo afora. Enquanto Smith e Carlos baixaram suas cabeças
e, ao invés de cantarem o hino de seu país, ergueram solenemente seus punhos ao
ar, cobertos por luvas negras, demonstraram para o mundo que estavam ali representando
algo muito maior que o seu país, estavam lutando por seus direitos.
A ousadia (qualificada como "uma violenta quebra do espírito
olímpico...") foi punida com a expulsão dos dois dos Jogos e deportação
imediata para os EUA, seu quase banimento do mundo esportivo e por um
verdadeiro massacre promovido pela imprensa.
Para a "infelicidade" dos conservadores e racistas, o “estrago” já havia sido feito. O gesto de Smith e Carlos ganhou a simpatia de explorados e oprimidos mundo afora. E por toda parte, jovens negros ergueram orgulhosamente seus punhos, desafiando o racismo em seus próprios países, internacionalizando ainda mais o movimento "Black Power”. O movimento obteve um grande número de adeptos sua e não só arrancou conquistas imediatas, como também, deixou marcas permanentes, seguindo vivo ainda hoje na mentalidade de milhões de negros e negras que lutam contra a discriminação.
Para a "infelicidade" dos conservadores e racistas, o “estrago” já havia sido feito. O gesto de Smith e Carlos ganhou a simpatia de explorados e oprimidos mundo afora. E por toda parte, jovens negros ergueram orgulhosamente seus punhos, desafiando o racismo em seus próprios países, internacionalizando ainda mais o movimento "Black Power”. O movimento obteve um grande número de adeptos sua e não só arrancou conquistas imediatas, como também, deixou marcas permanentes, seguindo vivo ainda hoje na mentalidade de milhões de negros e negras que lutam contra a discriminação.
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