Por Gabriella Autran e Pethrus Tiburcio
Graduandos em Comunicação Social/ Jornalismo - UFPE
Arte
popular pautada na arte erudita, essa foi a principal intenção de Ariano
Suassuna ao propor e instaurar o chamado Movimento Armorial. Artes plásticas,
literatura e música meticulosamente unidas a fim de que se desse o real valor
às belezas e aos encantos nordestinos. Os cordéis foram amplamente utilizados como
fontes de “espírito brasileiro”. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, a frase
imortalizada por Euclides da Cunha se faz presente nos ideários do Armorial, ao
passo que o sertanejo é representado desta forma.
O
Armorial constituiu um importante avanço no que diz respeito à representação do
nordestino na arte. O sertanejo, antes apenas o sofredor passivo da seca,
representado nos romances de 30, é visto como agente, o sertanejo é, antes de
tudo, um fazedor de arte, seja através da literatura de cordel, seja através da
sua música de viola, rabeca e pífano. Mais do que as raízes da cultura popular,
o homem popular é ressaltado e visto nas suas mais variadas nuances.
Os
mitos e tradições nordestinas são representados no Armorial sob um novo prisma.
Tudo tem importância, desde o teatro de bonecos, “mamulengos”, até as
encenações feitas ao ar livre com roupagens principescas feitas de farrapos. O
universo nordestino é repaginado e ganha uma roupagem erudita.
No
teatro, Ariano conseguiu perpetuar fortemente a imagem do nordestino e dos seus
valores, muitas vezes provincianos, mas retratados de forma verdadeira. Personagens
que retratam bem o ideário nordestino foram criados por Ariano, a exemplo de
Chicó, João Grilo e Euricão, que, ao passo que visam à representação do homem
nordestino, acabam atingindo a universalidade da natureza humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário