domingo, 26 de agosto de 2012

Cine PE


Por Amanda Melo, Carla Moreira, Daniel Medeiros, 
Ellen Reis, Renata Santos e Stamberg Júnior.


Para este texto, entramos em contato com o cinéfilo Houldine Nascimento, que nos apresentou sua perspectiva do evento Cine PE 2012.






A importância do Cine PE

Por Houldine Nascimento

Inicialmente chamado "Festival de Cinema do Recife", a trajetória do Cine PE - Festival do Audiovisual começou em 1997. O evento é organizado pelo casal de economistas Sandra e Alfredo Bertini e pode-se dizer que é o maior acontecimento cinematográfico do Brasil no primeiro semestre.

Este ano, o Cine PE esteve em sua 16ª edição. Desde o início, obras importantes como "Baile Perfumado", "Bicho de Sete Cabeças" e "O Invasor" tiveram o festival pernambucano como ponto de partida. Mais de 800 filmes, divididos em longa e curta metragens, passaram por aqui. Em uma década e meia, 350 mil espectadores acompanharam os filmes que estrearam no Cine PE. Não à toa, se trata do festival de cinema mais popular do país.

Nesta edição, três grandes nomes do cinema nacional foram homenageados: o ator Ney Latorraca, que esteve presente em fitas notáveis, casos de "O Beijo no Asfalto", de Bruno Barreto, e "Ópera do Malandro", de Ruy Guerra; e os cineastas Cacá Diegues (um dos pais do Cinema Novo) e Fernando Meirelles, que é o nosso realizador mais bem sucedido internacionalmente.

À propósito, o Cine PE de 2012 serviu para lembrar os 10 anos do lançamento de "Cidade de Deus". Além de se tornar um clássico do cinema latino-americano, o filme de Meirelles foi um verdadeiro "estouro" no mundo. Causou grande impacto em Cannes e recebeu quatro nomeações no Oscar, abrindo as portas para Fernando dirigir produções estrangeiras ("O Jardineiro Fiel" e "O Ensaio sobre a Cegueira").

De Breno Silveira, "À Beira do Caminho" foi o grande vencedor de 2012. O longa recebeu seis prêmios, incluindo melhor filme, roteiro (Patrícia Andrade) e ator – para João Miguel. "Paraísos Artificiais", de Marcos Prado, ganhou prêmios técnicos. Na seleção de filmes, nota-se que não há preconceitos. Vê-se um "convívio harmonioso" entre obras menos comerciais, como o já citado "À Beira do Caminho", e fitas voltadas a grandes plateias, caso de "Paraísos...". Talvez seja esse o grande segredo do Cine PE: agradar (ou tentar agradar) tanto a crítica especializada quanto o público.

Não é fácil comandar um festival de cinema durante tanto tempo, ainda mais no Brasil. Surgido em 2008, o “Festival de Paulínia” é um exemplo. Logo no ano de estreia, trouxe produções fortes para exibição. A cidade paulista inclusive tinha participação no capital das obras que competiam por lá. No entanto, a prefeitura decidiu suspender a premiação deste ano.

Felizmente, o Cine PE conseguiu resistir em todos esses anos. E fica o desejo de que dure por muito tempo.




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