Por Amanda Melo, Carla Moreira, Daniel Medeiros,
Ellen Reis, Renata Santos e Stamberg Júnior.
Para este texto, entramos em
contato com o cinéfilo Houldine Nascimento, que nos apresentou sua perspectiva
do evento Cine PE 2012.
A importância do Cine PE
Por Houldine Nascimento
Inicialmente chamado
"Festival de Cinema do Recife", a trajetória do Cine PE - Festival do Audiovisual começou em 1997. O evento é
organizado pelo casal de economistas Sandra e Alfredo Bertini e pode-se dizer
que é o maior acontecimento cinematográfico do Brasil no primeiro semestre.
Este ano, o Cine PE esteve em sua 16ª edição. Desde o início, obras importantes
como "Baile Perfumado", "Bicho de Sete Cabeças" e "O
Invasor" tiveram o festival pernambucano como ponto de partida. Mais de
800 filmes, divididos em longa e curta metragens, passaram por aqui. Em uma
década e meia, 350 mil espectadores acompanharam os filmes que estrearam no Cine PE. Não à toa, se trata do festival
de cinema mais popular do país.
Nesta edição, três grandes nomes
do cinema nacional foram homenageados: o ator Ney Latorraca, que esteve
presente em fitas notáveis, casos de "O Beijo no Asfalto", de Bruno
Barreto, e "Ópera do Malandro", de Ruy Guerra; e os cineastas Cacá
Diegues (um dos pais do Cinema Novo) e Fernando Meirelles, que é o nosso
realizador mais bem sucedido internacionalmente.
À propósito, o Cine PE de 2012 serviu para lembrar os
10 anos do lançamento de "Cidade de Deus". Além de se tornar um
clássico do cinema latino-americano, o filme de Meirelles foi um verdadeiro
"estouro" no mundo. Causou grande impacto em Cannes e recebeu quatro
nomeações no Oscar, abrindo as portas para Fernando dirigir produções
estrangeiras ("O Jardineiro Fiel" e "O Ensaio sobre a
Cegueira").
De Breno Silveira, "À Beira
do Caminho" foi o grande vencedor de 2012. O longa recebeu seis prêmios,
incluindo melhor filme, roteiro (Patrícia Andrade) e ator – para João Miguel.
"Paraísos Artificiais", de Marcos Prado, ganhou prêmios técnicos. Na
seleção de filmes, nota-se que não há preconceitos. Vê-se um "convívio
harmonioso" entre obras menos comerciais, como o já citado "À Beira do
Caminho", e fitas voltadas a grandes plateias, caso de
"Paraísos...". Talvez seja esse o grande segredo do Cine PE: agradar (ou tentar agradar)
tanto a crítica especializada quanto o público.
Não é fácil comandar um festival
de cinema durante tanto tempo, ainda mais no Brasil. Surgido em 2008, o
“Festival de Paulínia” é um exemplo. Logo no ano de estreia, trouxe produções
fortes para exibição. A cidade paulista inclusive tinha participação no capital
das obras que competiam por lá. No entanto, a prefeitura decidiu suspender a
premiação deste ano.
Felizmente, o Cine PE conseguiu resistir em todos
esses anos. E fica o desejo de que dure por muito tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário