domingo, 26 de agosto de 2012

Breve história dos cinemas de bairro do Recife


Por Amanda Melo, Carla Moreira, 
Daniel Medeiros, Ellen Reis, Renata Santos e Stamberg Júnior

Quando as primeiras salas de cinema começaram a aparecer, no início do século XX, a palavra de ordem era modernizar. Para se adequar à situação que o Recife se encontrava, era necessário um cenário atraente com os novos espaços públicos dentro dos padrões civilizados, simbolizando as transformações que a metrópole passava. Com uma arquitetura expressiva, volumes puros e letreiros luminosos, as novas salas de cinema transpiravam modernidade e progresso.

O cronista Nicolau Sevcenko relatou, na época, que além da velocidade das transformações do cenário urbano e dos hábitos cotidianos se assemelharem à cinematografia, ele tinha a sensação, com o empilhamento de imagens, que as cidades se transformavam em verdadeiros álbuns de projeções. O cinema é responsável por influenciar e alterar, drasticamente, a sensibilidade e os estados de disposição dos cidadãos recifenses.

As primeiras exibições de filmes aconteceram nos mais diversos lugares: teatros, festas de largo (praça), circos, velódromo, cafés e casas de diversão. A primeira sala de exibição do Recife, chamada de Cosmorama, estava instalada na Rua da Imperatriz, depois dessa, veio o Teatroscópio, na rua Dr. Rosa e Silva, nº61, a Companhia de Arte e o Bioscope Inglês. Em 1909, foram inaugurados os cinemas Pathé, na rua Barão de Vitória, nº45 (320 lugares), em seguida veio o Cinema Carlos Gomes, depois o Cine Palace, no subúrbio da Várzea, seguido do Cinema Royal na rua Nova e em 1910, o  Cine-Teatro Helvética, na rua da Imperatriz. Os cinemas Politeana, Moderno e Santa Isabel, mais conhecido como o cinema mais luxuoso do Norte, vieram depois.

A partir dos anos 20, o mercado de distribuição cresce e as salas de cinema se multiplicam. A imprensa local incentiva os pioneiros dessa arte em Pernambuco, aparecendo nos jornais colunas que comentavam os filmes e a vida dos artistas. Um exemplo desse fato foi a revista Klaxon, que sempre fazia referência ao cinema em suas publicações, tanto quando comentava as fitas em cartaz, como quando expressavam o universo das sensações e ilusões que se distribuía nas salas de exibição. No estado, existiam vários periódicos, de grande tiragem, que se dedicavam ao cinema: o Écran, a Revista Cinematográfica e Social, e a Revista Cinema, que tinha grande circulação e era distribuída nas salas.

A capital pernambucana tem uma participação relevante na historiografia do cinema brasileiro. Souza Barros afirma que “dos ciclos regionais que marcaram a evolução do cinema brasileiro antigo, silencioso, o ciclo do Recife foi talvez o mais importante e se estendeu durante toda a década de vinte”. O marco decisivo, no Recife, aconteceu em 1923, quando foi fundada a Aurora-Filme, por Edson Chagas e Gentil Roiz.


Na década de 20, o Recife ficou conhecido como a “Hollywood do Brasil”. O cinema ganha uma importância muito maior, atraindo produções da Europa e de Hollywood viessem até aqui, mas não tirando o prestígio dos filmes locais que, ainda assim, fazem sucesso nas salas de exibição do estado.

Abaixo seguem alguns vídeos que mostram um pouco a história dos cinemas de rua:

Este primeiro é um trailler de um documentário que fala dessa história


Este vídeo é um teaser do mesmo documentário





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