Por Amanda Melo, Carla Moreira,
Daniel Medeiros, Ellen Reis, Renata Santos e Stamberg Júnior
Quando as primeiras salas de cinema começaram a aparecer, no início do século
XX, a palavra de ordem era modernizar. Para se adequar à situação que o Recife
se encontrava, era necessário um cenário atraente com os novos espaços
públicos dentro dos padrões civilizados, simbolizando as transformações que a
metrópole passava. Com uma arquitetura expressiva, volumes puros e letreiros
luminosos, as novas salas de cinema transpiravam modernidade e progresso.
O cronista Nicolau Sevcenko relatou, na época, que além da velocidade das
transformações do cenário urbano e dos hábitos cotidianos se assemelharem à
cinematografia, ele tinha a sensação, com o empilhamento de imagens, que as
cidades se transformavam em verdadeiros álbuns de projeções. O cinema é
responsável por influenciar e alterar, drasticamente, a sensibilidade e os
estados de disposição dos cidadãos recifenses.
As primeiras exibições de filmes aconteceram nos mais diversos lugares:
teatros, festas de largo (praça), circos, velódromo, cafés e casas de diversão.
A primeira sala de exibição do Recife, chamada de Cosmorama, estava instalada
na Rua da Imperatriz, depois dessa, veio o Teatroscópio, na rua Dr. Rosa e
Silva, nº61, a Companhia de Arte e o Bioscope Inglês. Em 1909, foram
inaugurados os cinemas Pathé, na rua Barão de Vitória, nº45 (320 lugares), em
seguida veio o Cinema Carlos Gomes, depois o Cine Palace, no subúrbio da Várzea,
seguido do Cinema Royal na rua Nova e em 1910, o Cine-Teatro Helvética, na rua da Imperatriz.
Os cinemas Politeana, Moderno e Santa Isabel, mais conhecido como o cinema mais
luxuoso do Norte, vieram depois.
A partir dos anos 20, o mercado de distribuição cresce e as salas de
cinema se multiplicam. A imprensa local incentiva os pioneiros dessa arte em
Pernambuco, aparecendo nos jornais colunas que comentavam os filmes e a vida
dos artistas. Um exemplo desse fato foi a revista Klaxon, que sempre fazia
referência ao cinema em suas publicações, tanto quando comentava as fitas em
cartaz, como quando expressavam o universo das sensações e ilusões que se
distribuía nas salas de exibição. No estado, existiam vários periódicos, de
grande tiragem, que se dedicavam ao cinema: o Écran, a Revista Cinematográfica
e Social, e a Revista Cinema, que tinha grande circulação e era distribuída nas
salas.
A capital pernambucana tem uma participação relevante na historiografia
do cinema brasileiro. Souza Barros afirma que “dos ciclos regionais que
marcaram a evolução do cinema brasileiro antigo, silencioso, o ciclo do Recife
foi talvez o mais importante e se estendeu durante toda a década de vinte”. O
marco decisivo, no Recife, aconteceu em 1923, quando foi fundada a
Aurora-Filme, por Edson Chagas e Gentil Roiz.
Na década de 20, o Recife ficou conhecido como a “Hollywood do Brasil”. O
cinema ganha uma importância muito maior, atraindo produções da Europa e de
Hollywood viessem até aqui, mas não tirando o prestígio dos filmes locais que,
ainda assim, fazem sucesso nas salas de exibição do estado.
Abaixo seguem alguns vídeos que mostram um
pouco a história dos cinemas de rua:
Este primeiro é um trailler de um
documentário que fala dessa história
Este vídeo é um teaser do mesmo documentário
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